6 de maio de 2011

Derrotado

 A sua silhueta podia ser vista de longe, através da sombra que projetava nas grandes nuvens que ali pairavam. Era nítida a sua tristeza, nem mesmo o véu das estrelas mais cintilantes podiam esconder o motivo de sua angústia. Estava acabado, nada podia fazê-lo sentir-se forte outra vez.
Ele que um dia foi considerado indestrutível, inabalável, intocável. Hoje é apenas mais um. Mais um entre milhões. Nenhum ser tinha sido capaz de derrotá-lo até hoje. Tantas batalhas, tantos sacrifícios. Enfrentou cérberos, centauros e demônios. Os mais fortes, os mais temíveis, todos eles - ele derrubou, pôs todos de joelhos perante sua fabulosa energia que emanava de seu espírito afetuoso e ao mesmo tempo assombroso.
Todos eles, nenhum foi bom o suficiente para derrubá-lo. Até o dia em que conheceu alguém capaz de tal feito. Alguém que usava armas desconhecidas por ele, alguém que usou aquilo que não era conhecido no mundo de onde ele venho. Armas somente conhecidas por homens. Por homens e mulheres. Armas tão poderosas quanto lâminas, armas tão poderosas quanto o fogo. Armas talvez até mais destruidoras do que qualquer coisa da qual tivesse conhecimento.
Ele conheceu alguém que sabia muito bem como usá-las. Ele conheceu uma humana. Uma criação do Senhor. Conheceu alguém a quem se espera a essência do divino, mas não foi isso que encontrou. No lugar de afeto viu angústia, em vez de alegria ele viu tristeza. Era exatamente o que um ser divino, como ele, não poderia descobrir, pois assim ele se tornou um deles, um ser humano.


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